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13/06/2010

Carlos Gaguim toma PP de Siqueira

Depois de selar aliança com a sigla e indicar a ex-prefeita de Araguaína Valderez Castelo Branco como vice, o governador evidencia que é um candidato muito difícil de ser batido

RUY BUCAR

Ele ainda vai ter que trabalhar muito para continuar no comando do Palácio Araguaia por mais quatro anos, como é seu desejo. Mas é evidente que o governador Carlos Henrique Gaguim, do PMDB, vive um bom momento, talvez a melhor fase do seu governo com reflexo altamente positivo na política. Faz um governo com crescimento constante do índice de aprovação e tem sido habilidoso nas articulações políticas com vistas às eleições.

Quem apostou no fracasso do governo vai ter que se acostumar com a ideia de um novo fenômeno político que está surgindo com a força suficiente para mudar completamente o cenário político do Estado. O governador está bem perto de alcançar a meta desejada de chegar à convenção no dia 31 com condições políticas de vencer as eleições no primeiro turno.

Gaguim conseguiu articular uma aliança com cinco grandes partidos — PMDB, PP, PDT, PSB e PPS — além de outros menores, o que dá a sua coligação o maior tempo de televisão; deve reunir o apoio de cerca de 100 prefeitos, 16 deputados estaduais, 3 deputados federais, um senador e maioria absoluta de lideranças e representantes de entidades de classe, como os sindicatos dos servidores públicos. E se ainda não alcançou, está encostando-se a Siqueira nas pesquisas de intenção de voto.

Prestígio

Quando o governador declarou ao Jornal Opção, em maio, que venceria as eleições no primeiro turno, só o meio político lhe deu alguma atenção. Agora virou lugar comum dizer que o governador tem prestígio político, capacidade de articulação e condições de vencer as eleições. Mesmo que o adversário seja o mito Siqueira Campos (PSDB), ninguém mais duvida da competência política do governador e que será capaz de vencer as eleições ainda no primeiro turno.

Depois de selar aliança com o PP, com as bênçãos do presidente nacional do partido, senador pelo Rio de Janeiro Francisco Dorneles (tio do tucano Aécio Neves) e indicar a ex-prefeita de Araguaína Valderez Castelo Branco com vice, Gaguim passou a ser considerado candidato forte que pode sim vencer Siqueira Campos. O?tucano ainda lidera as pesquisas de intenção de voto, mas não por muito tempo, pelo andar da carruagem. Na verdade o ex-governador está em baixa não apenas por repetir erros primários na formação da chapa majoritária, mas pelas ‘verdades inconvenientes’ que remetem a sua forma truculenta de fazer política e que inevitavelmente estão vindo à tona. Certamente que esse fato pode causa um grande rombo em sua campanha.

A boa fase do governador não tem nada a ver com golpe de sorte, como apregoam seus adversários diante do sucesso do governo para o qual não se prepararam. Por isso mesmo tem tido dificuldade de fazer oposição. O governador está apenas colhendo o resultado de dez meses à frente do governo, em que demonstrou agilidade, responsabilidade e visão de futuro. Apesar do pouco tempo o governador deu uma lição de bom tino administrativo.

O que era para ser um tremendo fracasso administrativo virou uma revelação política e, na medida em que a população vai conhecendo mais os resultados do governo, Gaguim sobe na avaliação popular. A oposição certamente ainda está se perguntando o que aconteceu. A revelação política do governador se torna maior e mais importante porque ele foi subestimado por todos. Pela oposição e situação. Derval de Paiva conta que a elite do PMDB o tratou com desprezo e preconceito, mas agora está tendo que reconhecer que cometeu um equívoco.

Vice

A perda do PP, um partido tradicional e de peso da União do Tocantins, representa uma derrota para o siqueirismo, que deixou escapar não apenas uma sigla, mas um segmento importante da coligação que reúne um deputado federal, dois deputados estaduais, vários prefeitos e mais de uma centena de vereadores e lideranças políticas. A indicação da ex-prefeita Valderez Castelo Branco para a vice, confirmada por unanimidade pela direção do partido, fortalece a candidatura governista na região Norte do Estado, de forte influência do ex-governador.

O ex-governador Siqueira Campos ainda não teve tempo para assimilar a derrota para o governador Gaguim. Há algo mais urgente com que se preocupar. O estrago político que está causando a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra o Estado proposta pelo PSDB e que vai resultar na demissão quase 22 mil servidores públicos.

O ex-governador tentou desistir da ação, mas não tem mais jeito. Mesmo ele não querendo a ação foi a julgamento a contragosto dos seus autores. E será um tiro certeiro contra a sua campanha. Com esta ação, Siqueira que já não era bem visto pelos servidores públicos, está conquistando ainda mais a antipatia dos sindicatos. A decisão do STF de dar um prazo para o Estado se ajustar não chega a ser um alívio para Siqueira, que admite que está pagando um preço alto pela ação. Responsável por iniciar esta prática administrativa de grande volume de comissionados, Siqueira bem sabe que no Tocantins os servidores públicos decidem uma eleição.

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