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26/01/2010

Poluição pode causar infertilidade em homens

É o que concluiu uma pesquisa feita por cientistas da USP. Homens que ficam expostos à poluição por pouco mais de duas horas por dia podem ser afetados
Dirigir a kombi no trânsito difícil do Rio de Janeiro não foi tão difícil para Bruno Pereira quanto encarar o fato de ser um homem que não conseguia ter filhos. Quem conta é a mulher dele, a dona de casa Aline Pereira: “Quando decidimos tentar engravidar, ficamos dois anos e três meses tentando naturalmente. Comecei a perceber que tinha alguma coisa errada, procurei urologista, descobri que ele tinha pouco esperma”.

O corretor de imóveis Marcio Oliveira se viu na mesma situação. Não entendeu porque ele já tinha uma filha de 24 anos, do primeiro casamento: "Fiquei surpreso”, confirma.

Ficou mais surpreso ainda quando soube a razão. Como corretor de seguros, passa muito tempo exposto à fumaça, à descarga dos ônibus, à poeira.

Segundo o Ministério da Saúde, 40% das situações de infertilidade em um casal são por causa do homem. A surpresa que a pesquisa traz é mostrar o quanto dessa infertilidade pode ser causado pela poluição.

É o que diz um estudo da faculdade de medicina da Universidade de São Paulo. Ele indica que até mesmo homens que ficam expostos à poluição por pouco mais de duas horas por dia podem ser afetados. A pesquisa foi realizada com 748 homens, divididos em três grupos: o primeiro, de homens férteis, o segundo, de homens com problemas de fertilidade e o terceiro, de taxistas e motoboys, que passam entre seis e oito horas por dia expostos à fumaça dos carros.

De acordo com a pesquisa, a poluição cria uma desfunção na produção de espermatozóides. Eles não seriam mais capazes de reconhecer o óvulo - e assim não conseguiriam fecundá-lo. A poluição também tornaria o espermatozóide mais lento.

A gasolina e o diesel, que concentram uma grande quantidade de metais pesados, que são lançados no ar, seriam responsáveis por desencadear uma reação imunológica no organismo, que passa a ver o espermatozóide como uma célula invasora. E o ataca.

“Nos últimos 15 anos, a rede latino-americana nos refere que houve um aumento de 50% em tratamento laboratoriais de alta complexidade. Cada vez mais a reprodução humana passa a ser laboratorial”, calcula o médico João Ricardo Auler.

Para quem quer ter filhos, existem tratamentos que funcionam em 60% dos casos. Foi o que fizeram Aline e Bruno. Ela está grávida de gêmeos. Eles ainda não sabem o sexo.

Para Márcio e a mulher foi um pouco mais difícil. “Eu fiz três tentativas até que obtivesse êxito”, explica o corretor de imóveis Marcio Oliveira. Semana passada nasceram dois meninos: Isaac e Samuel. “É um sonho realizado”, comemora o pai.

Especialistas ouvidos pela nossa produção explicaram o seguinte: o tratamento para quem apresenta esse tipo de problema é rápido. Da primeira consulta até a gravidez, pode ser de apenas três meses.

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