Águas ainda vão rolar Voz do Bico

Águas ainda vão rolarterça, 06 de abril de 2010, às 16h 28min Pelo andar da carruagem e pelo converseiro político deste fim de semana, já ficou patente que o Tocantins terá, no mínimo, três candidatos com o intuito de ocuparem o Palácio Araguaia. Destes, o mais antigo pretendente, em duplo sentido, é o ex-governador Siqueira Campos (PSDB); outro do PMDB, que mais cedo ou mais tarde será confirmado, é o nome do atual governador, Carlos Henrique Gaguim (PMDB); e, claro o PT, que apesar de desmontado com a desistência do prefeito de Palmas, Raul Filho, deve confirmar o nome do ex-prefeito de Porto Nacional, Paulo Mourão, uma vez que a deputada estadual, Solange Duailibe, outro nome cogitado pelas lideranças do PT, esposa de Raul Filho, não demonstrou interesse. Até aí nada de novo.

A novidade será PT, PMDB e PR, todos da base aliada do presidente Lula, catar os cacos dos lustres de cristais que reluziam há alguns meses. Retomar conversas e refazer acordos que antes pareciam certos é que é o “causo”. O PT, por intermédio de um ou de outro, dá a entender que ainda sonha com uma aliança com o PMDB, que garante que a havia selado com o presidente do partido, deputado federal Osvaldo Reis. Reis sustenta que a conversa existiu, acordo não. Pelas aparências, nenhum dos dois quer ser trampolim para o outro. Ou seja, tanto PMDB quanto PT, querem encabeçar a chapa.

E amuado em um canto, o PR, do senador João Ribeiro, não quer conversa nem com um nem com outro.

Caso o PMDB confirme, como se desenha, Gaguim como candidato, o deputado federal Moisés Avelino apoiará mesmo Siqueira Campos, como disse, ou foi apenas um rompante de insatisfação momentânea do ex-governador? E os Mirandas? Brito Miranda, como é notório, pretende disputar uma vaga para a Câmara Federal, enquanto o ex-governador cassado, Marcelo Miranda, sonha com a senatoria. Sentarão à mesa de banquete do PMDB, tendo à cabeceira o deputado Osvaldo Reis e o governador Gaguim? São perguntas que não se calam.
No meio do caminho estão PDT e várias legendas, que assim como o PMDB, dão sustentação ao governo do presidente Lula e no estado estão na queda de braço para está no palanque do PT ou do PMDB. O PDT tem a vice do prefeito de Palmas, Edna Agnolin, esposa do deputado estadual Ângelo Agnolin, também do PDT. Ângelo está de olho em uma cadeira na Câmara Federal. A pergunta: os Agnolins ficarão com o candidato do PT ou do PMDB? E o PSB? “Gerido” no estado pelo deputado federal Laurez Moreira, companheiro de primeira hora do governador Gaguim, que rumo tomará? Quanto ao presidente da Câmara Municipal de Palmas, Wanderely Barbosa, também do PSDB, acompanhará o presidente da legenda ou o candidato do prefeito Raul Filho?E no meio do caminho tem mais uma pedra, o PPS, presidido pelo deputado estadual Eduardo do Dertins, e conforme a correnteza, só os santos do céu poderão dizer onde desaguará, já que nas entranhas do partido, tem querubins de várias matizes... E no fim deste caminho... Bem, para chegar ao fim, temos prefeitos, ex-prefeitos, vereadores e líderes locais, cada um com sua pedra na mão.

2 comentário(s) Siqueira e quem mais?sexta, 02 de abril de 2010, às 13h 22min Há poucos meses atrás se tinha como “certo” que o senador João Ribeiro (PR) seria o candidato do governador Gaguim e do PMDB?, não é mais, não apóia e muito menos apóia quem quer que seja do PMDB. Situação parecida era o PT. Colocou o prefeito de Palmas a tiracolo e viajou o estado dizendo no seco e nas entrelinhas “este é o candidato”. Não é mais.

Magoado, Ribeiro deu meia volta e deve retornar a União do Tocantins (UT), de onde ensaiou uma saída e não encontrou espaço para ir em frente. O PT, independente de qualquer situação terá seu candidato. Seja ele o ex-prefeito de Porto Nacional Paulo Mourão, a deputada estadual Solange Duailibe, ou outro “general” que esteja disposto a colocar a tropa na rua e testar sua liderança. Exceto que o PT termine, como desejava em 2006, nos braços do PMDB, indicando nomes para o Senado ou vice, para satisfazer o desejo do PT nacional, prover um palanque local para Dilma Rousseff

E o PMDB? Bem, o PMDB terá candidato próprio, apenas para repetir uma cantilena do presidente do partido, deputado federal Osvaldo Reis, desde que o governador Gaguim, num ímpeto sabe lá de que, disse que seu candidato a governador seria o senador Ribeiro. Tanto Ribeiro quanto Filho ouviram, leram nos noticiários e foram avisados, fizeram ouvidos moucos e acreditaram que o PMDB iria para a festa como coadjuvante. Deu no que todos sabem. Agora resta ao PMDB indicar seu nome, que com certeza será o atual governador. No caminho, feridos e ressentidos ficaram o deputado federal Moisés Avelino, o ex-governador Marcelo Miranda e outros grão-duques menos reluzente.

Kátia Abreu, apesar do seu óbvio desejo, como é de todo político, continua como pré-candidata e pretende ir para a disputa. Mas... Pelas frestas das salas e gabinetes ecoam alaridos pró Siqueira Campos (PSDB), por razões patentes. Primeiro: Quase todos os democratas, apesar da fidelidade à senadora vieram das hostes utista ou são simpáticos ao ex-governador. Segundo: Siqueira Campos não tem quase ou nenhum espaço político fora das fronteiras do Tocantins. A senadora tem e muito, inclusive cacife para ocupar uma vaga de ministra, caso o ex-governador José Serra (PSDB) vença as eleições presidenciais e queira. Terceiro: O mais crucial. O tempo. Em agosto ele terá 82 anos.

Veremos o que nos dirá o futuro político que se desenha. Nisto tudo ficou uma certeza. Siqueira até agora é de fato o único pré-candidato ao Palácio Araguaia. E uma incógnita. Quem será ou quem serão seus concorrentes. (Paulo Palmares)