Secretários de governo das áreas da fazenda, planejamento e educação tiveram encontros pontuais no final de semana de carnaval e voltam a se reunir no final da tarde desta quinta-feira, 10, sob a coordenação do secretário de Planejamento Eduardo Siqueira para reverem contas e investimentos que o governo do Estado já previa para este ano. "O cenário de guerra eminente no exterior, que já afeta a economia mundial, e o aumento do risco no Brasil nos recomendam cautela. Vamos precisar de todos e caminhar para o entendimento", disse ele se referindo à novas conversações entre governo e Assembléia.
Um aumento nos riscos da economia nacional - que não deixará de sentir os efeitos de guerra eminente nos países árabes diante do conflito na Líbia, com possível interferência militar americana – pode afetar diretamente não só o orçamento com o qual o governo pretende trabalhar neste ano, mas a busca de entendimento do executivo com o legislativo para acertar as contas públicas a partir da semana que vem. O entendimento é do próprio secretário de Planejamento e Modernização da Gestão, Eduardo Siqueira Campos em entrevista no final da manhã ao Site Roberta Tum.
“Estamos discutindo internamente com secretários de pastas importantes, levando ao governador as questões que ele precisa orientar e novamente estaremos reunidos esta tarde em torno de como definir o orçamento”, disse o secretário. Citando fatos recentes da economia, entre os quais o contingenciamento de emendas que a presidenta Dilma Roussef determinou, Eduardo lembrou que o cenário nacional aponta para um risco de inflação, retração em alguns setores do mercado, o que não deixa de afetar a economia tocantinense.
Cenário recomenda prudência
“Temos que ser prudentes. Esta mudança no cenário nos remete à buscar mais ainda o entendimento entre as forças políticas no Estado, que estão equilibradas”, lembrou o secretário. Eduardo Siqueira quer levar à Assembléia Legislativa a discussão do orçamento que sua equipe estuda na Secretaria de Planejamento para que as soluções sejam encontradas de forma a dividir as responsabilidades.
A expectativa é de que o retorno dos deputados possa abrir uma fase mais amena de interlocução entre os poderes. “A verdade é que nós passamos estes dias de carnaval conversando, discutindo alternativas, sem fantasia. Não podemos trabalhar uma peça orçamentária de ficção, com um dinheiro que não existe”, afirmou.
Pés no chão e otimismo em achar entendimento
A necessidade de colocar “os pés no chão” será demonstrada claramente aos deputados, segundo o secretário fez questão de ressaltar. “A raiz dos nossos problemas com esta LDO não é de responsabilidade do governo, nem da Assembléia atual. Esta é uma situação criada lá atrás por um governo que estava deixando o comando do Estado, e que passou por uma Assembléia onde muitos estavam saindo por que perderam o mandato, e outros por que foram eleitos para a Câmara Federal”, lembrou.
O secretário não quis adiantar as alternativas que estão em discussão para a peça Orçamentária que irá à avaliação dos deputados, mas antecipou que está otimista. “Deste cenário de guerra internacional e ameaça de volta da inflação, poderemos tirar uma lição de entendimento que resguarde o Tocantins de maiores riscos e sele a paz entre as forças políticas do Estado”, acenou.
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