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15/02/2011

Com a ajuda de muitos, Coimbra toma o comando do PMDB e decreta o triste fim de Osvaldo Reis

Foram muitos telefonemas, encontros, conversas e uma maratona pelo interior do Estado até que o deputado federal recém empossado, Júnior Coimbra (PMDB) juntasse as assinaturas que precisava para destituir o diretório do PMDB criando a alternativa de uma comissão provisória e assumir o comando do partido no Estado. Vamos a elas... O PMDB é um partido grande, que já foi mais forte e cujas brigas internas já renderam muitos lances enquanto teve dois ex-governadores no poder: Marcelo Miranda e Carlos Gaguim. Se é verdade que quem já foi rei nunca perde a majestade, a máxima serve para o partido mais do que para as pessoas neste caso.


Sem governo, com o poder dividido na Assembléia, e a bancada federal encolhida em Brasília, restou ao PMDB – esfacelado na última eleição – se reinventar num processo torto, que podia ser diferente, mas sendo o PMDB que a gente conhece, não foi.

Foi assim: Júnior Coimbra, único deputado federal eleito - cujas diferenças com Osvaldo Reis ficaram fartamente conhecidas e noticiadas durante a campanha do ano que passou – foi à direção nacional do partido para tentar construir seu caminho à presidência no Estado.

Recebeu sinal verde do senador Valdir Raupp e do vice-presidente Michel Temer. Esta é a regra do jogo, sempre foi. Os partidos são presididos naturalmente por deputados federais, e não por acaso o PPS deve seguir na mesma direção, com César Hallum (ainda que de forma menos traumática).

Coimbra fez o dever de casa

Com o sinal verde da cúpula há mais de 15 dias, Coimbra começou a romaria atrás de caciques de todos os tamanhos dentro do esfacelado PMDB. Bateu à porta de Osvaldo Reis, expôs a situação e ouviu um “não” como resposta. Reis tinha mandato conseguido naquela eleição garantida pela máquina do governo comandada por Carlos Gaguim. Por isto, não entendeu o alcance da proposta de Coimbra, que na verdade era um aviso, e sequer considerou a possibilidade de renunciar e compor com a nova direção.

Recém saído da Assembléia Legislativa, Coimbra reuniu os seis deputados da bancada peemedebista e saiu com o aval de todos eles para fazer o que fosse necessário na reestruturação da legenda no Estado.

Júnior então, pelo que se sabe, foi atrás de Moisés Avelino, que, companheiro antigo de Osvaldo – mesmo tendo os dois ficado em grupos opostos em passado recente na disputa pelo comando do partido – não aceitou participar da retomada do partido de forma traumática. “Converse com Osvaldo. Construa isso sem esfacelar mais ainda o partido”, teria dito o ex-governador a Coimbra.
Os outros dois ex-governadores

O PMDB é o partido que mais tem ex-governadores na história do Estado. E ainda é o maior partido do Tocantins. Restava a Júnior então se acertar com os dois ex-governadores mais recentes: Miranda e Gaguim. Dos dois, segundo fontes do Site Roberta Tum, obteve sinal verde para tocar o projeto de destituir o diretório e presidir a comissão provisória que deve ser indicada pela nacional do partido na sequência deste processo.

Marcelo, em trânsito de Araguaína para Palmas não conseguiu falar com a equipe de reportagem sobre o assunto para relatar o teor de sua conversa com Coimbra. Já o ex-governador Carlos Gaguim está com o celular na caixa durante toda a tarde desta terça-feira. Mas nem Reis tem dúvidas de que os dois foram consultados, como se depreende da entrevista concedida mais cedo ao Portal CT, depois de ter desabafado longamente ontem em reportagem de Eliane Vieira, aqui.

Mas Júnior Coimbra precisava de mais. Acertados os grupos de Miranda e Gaguim, consultado Avelino, e após a negativa de Osvaldo em ceder, foi à cata de prefeitos. Alguns deles se deslocaram de suas cidades para a capital na segunda-feira, para fechar a quantidade de assinaturas necessárias.

O triste fim do reinado de Osvaldo

Conforme o estatuto do PMDB, com 70% de renúncias da executiva, dissolve-se o diretório. Dissolvido, caberá à nacional indicar uma comissão provisória, com Coimbra, o único federal do partido no Tocantins, na cabeça.

É evidente tanto lá, como aqui, que o PMDB encolheu, perdeu a eleição, diminuiu de tamanho. Ainda que a responsabilidade por isto jamais possa ser atribuída apenas a Osvaldo, basta reler as manchetes dos últimos meses de cobertura jornalística para perceb r que ele deu sua grande contribuição.

Ameaçou apoiar Siqueira e refluiu, depois de mandar na frente um prefeito - e justamente o então presidente da ATM, Valtenis Lino – e outros companheiros. Apoiou Vicentinho, além de João Ribeiro, e refluiu, numa caminhada no Sudeste ao lado de Marcelo Miranda e Paulo Mourão.

Tanto fez Osvaldo nas idas e vindas que ficou sem mandato. E parafraseando outro ditado popular, rei morto, rei posto.

O que Coimbra está fazendo, numa velocidade de dar inveja ao ex-governador Carlos Gaguim, é juntar “as tiras” que sobraram do PMDB. Foi atrás de Derval de Paiva, juntou apoio até dos mais tradicionais osvaldistas (Pádua e Zé Humberto) e nos próximos dias deve ser consagrado o presidente estadual do PMDB.

Foi traumático? Sim, para Osvaldo e os que ainda são seus, mas faz parte do jogo. Um jogo que o presidente até então soube jogar muito bem enquanto esteve sentado em seu gabinete em Brasília. Como têm postado diversos comentaristas da região do Bico, Reis tem agora um pouco do que sobrou do poder exercido duramente no comando do partido.

Agora é ver que história Coimbra vai conseguir escrever, com este começo.

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