O governador Siqueira Campos já está empossado e começa hoje, primeiro de janeiro de 2011 seu quarto mandato à frente dos destinos do Tocantins. Oito anos depois, o Tocantins é outro e Siqueira também. Amadurecido pelos anos distante do poder, o Velho Siqueira volta com uma proposta nova, baseada nos mesmos princípios que nortearam seus três governos anteriores: desenvolvimento econômico e justiça social.
Roberta Tum
Firme, tranqüilo, otimista. Assim o governador Siqueira Campos começou seu primeiro discurso, no primeiro dia do ano, direto da Assembléia Legislativa. É um dia histórico para o Tocantins, que recebe de volta um personagem que tem a vida e a biografia confundidas com o próprio nascimento do Estado. É uma cena rara de se ver em outro lugar do Brasil.
Poucos líderes construíram a biografia que Siqueira constrói ao voltar ao poder depois de ser sucedido por um ex-companheiro, que se tornou adversário por diferenças de pensamento e condução. O Tocantins que Siqueira recebe e que recebe Siqueira de volta é outro. Milhares de pessoas chegaram, outras cresceram, atingindo a maioridade, a compreensão das coisas e o amadurecimento político.
O intervalo entre o dia que Siqueira desceu as escadarias do Araguaia e este dia em que ele atravessa de novo os arcos do palácio que fez construir, é a medida do tempo das mudanças. Sindicatos amadureceram e ganharam força. Parlamentares traçaram novas histórias e construíram uma outra relação com o poder executivo. Os tempos são de menor controle das instituições e de maior criticidade da opinião pública.
Para voltar Siqueira teve que reconstruir a forma do diálogo, já na campanha. Teve que compreender e se adaptar ao que os novos tempos e o eleitorado, novo e velho queriam dele. Mas voltou talvez por manter o que havia de melhor no Velho comandante de tantas conquistas para o povo do antigo Norte Goiano, sofrido, e que viu transformações acontecerem: as qualidades de adminsitrador e homem público.
Terá pela frente grandes desafios. Na Saúde e Segurança, a população espera dele resposta eficaz aos problemas que só cresceram nos últimos anos. Na máquina pública tem pela frente o desligamento de milhares de comissionados a fazer em seis meses, ou numa canetada só.
O Siqueira que sobe a rampa e assume o poder neste primeiro de janeiro, deverá trazer as qualidades intactas, e a profunda compreensão da necessidade de mudar aquilo que precisa ser mudado. Em sua fala emocionada, agora há pouco, repetiu a frase: “eu não posso falhar, eu não tenho o direito de falhar”.
É um reconhecimento da dura realidade social, dos índices que vai encontrar em todas as áreas e da necessidade de promover todas as mudanças que puder realizar. A impressão que tenho ao ver no púlpito da Assembléia o mesmo Siqueira da campanha, com o mesmo gesto de devoção e de fé, é de que ele realmente quer virar a página dos atritos do passado. Tomara que consiga.
Não só por ele, para que feche com chave de ouro uma das biografias mais ricas da história política do interior do Brasil, mas pelos milhares de tocantinenses que querem respirar novos tempos. Pelos que precisam ser resgatados. Sem privilégios a grupos, sem dois pesos e duas medidas, sem a conivência com os esquemas de corrupção que tanto combateu.
Esta começando um novo momento para o Tocantins, esperado com muita expectativa e que nós vamos acompanhar com o duplo sentimento: o da esperança de cidadãos e o da vigilância da imprensa, nesta dura missão nem sempre compreendida de informar, analisar e criticar com os olhos atentos aos interesses maiores da comunidade.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
0 comentários:
Postar um comentário